SIGEP 040
Alcina Magnólia Franca Barreto
Hortência Maria Barbosa de Assis
Francisco Hilário Rego Bezerra
Kenitiro Suguio
Publicado na Internet em 27/10/2010 no endereço http://www.unb.br/ig/sigep/sitio040/sitio040.pdf Departamento de Geologia, Centro de Tecnologia e Geociências da Universidade Federal de Pernambuco (CTG-UFPE). Alcinabarreto@ufpe.br; Serviço Geológico do Brasil – CPRM – Recife; hortenciabr@gmail.com; Departamento de Geologia, Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (CCETUFRN); bezerrafh@geologia.ufrn.br; Instituto de Geociências – USP; Universidade Guarulhos – UnG; kenitirosuguio@hotmail.com
Resumo: A palavra “arrecife” tem etimologia associada ao árabe “ár-raçif”, que significa calçada, caminho, estrada pavimentada, vinculada à forma arcaica de recife. O termo tem sido aplicado como sinônimo de recife rochoso (arrecife, arenito praial, rocha praial ou beachrock), formado por areias e cascalhos depositados em zona de intermaré e posteriormente cimentados por carbonato de cálcio. As linhas de recifes rochosos são reconhecidas no Nordeste brasileiro por refletir nível relativo do mar mais alto do que o atual durante o Holoceno, e por atuar como proteção à erosão costeira. Já para a sociedade em geral, representam importante área de lazer por conformarem piscinas naturais excelentes para banho, em meio à fascinante paisagem. Em Recife (PE), a existência dessas rochas, expostas mesmo em marés altas foi fator geográfico decisivo para estabelecimento do porto, da cidade e seu respectivo nome. Funcionando como ancoradouros naturais, tais rochas facilitaram a chegada dos portugueses e navios europeus. Há, portanto, uma conotação e importância histórica que remonta ao século XVI, época que também marca o início das ações antrópicas de descaracterização do sítio, especialmente pelo desmonte com vistas à edificação de fortes e igrejas.Atualmente, as grandes obras de modernização da cidade põem em risco a integridade do sítio. Como tentativa preliminar de preservação pretende-se divulgar e ilustrar este patrimônio natural por meio de painéis interpretativos mostrando sua origem, evolução e importância histórica, pois consideramos as rochas praiais do Pìna e Boa Viagem, com idades de7.310 ± 60 anos AP e 5.805 ± 40 anos AP respectivamente, bons exemplos de indicadores regionais e nacionais da última transgressão na costa brasileira.