O nome Geossítio K-Pg Mina Poty em referência ao Limite K-Pg, que demarca o fim do período do tempo geológico Cretáceo (K) e início do Paleógeno (Pg), causado pela queda de um meteoro no Golfo do México. O impacto, ocorrido há aproximadamente 66 milhões de anos, provocou mudanças ambientais e episódios de extinção em massa. Estima-se que de 64% a 85% de todas as espécies, nos biomas marinhos e terrestres, incluindo os dinossauros, desapareceram com a queda do meteoro. No local, já foram descobertos fósseis de espécies de crocodilos e de tartarugas que viveram na costa do nordeste brasileiro há 62 milhões de anos.
O geossítio traz afloramentos de rochas, nos quais os visitantes podem ver o material e entender a estratigrafia dele, com visualização das camadas rochosas mais antigas às mais recentes. A área, de 6,5 hectares, está organizada em quatro exposições permanentes, cada uma com painéis explicativos com informações científicas.
O local, inicialmente, está voltado a visitações científicas e educativas em níveis de graduação e pós-graduação – há perspectiva de que o espaço receba também a comunidade local. Os focos são o desenvolvimento de estudos, principalmente nas áreas de Geologia, Paleontologia e Biologia, e a realização de aulas de campo, que qualificam a formação dos estudantes. O agendamento deve ser feito conforme especificado no site do Grupo Votorantim na aba Sustentabilidade – Geossítio K-Pg Mina Poty.
Os registros deixados pelo impacto de um meteoro responsável por uma extinção em massa da vida na Terra (no Limite K-Pg), que gerou também um tsunami, foram encontrados, na Mina Poty, em 1993, pelo geólogo da Petrobras Gilberto Albertão, durante a realização do seu curso de mestrado pela Universidade Federal de Ouro Preto (MG), sob a orientação do professor Paulo Martins. Para Albertão, a importância deste geossítio ultrapassa o trabalho científico desenvolvido por ele. Agora, a área torna-se um local de referência para visitação da comunidade acadêmica e amplia o desenvolvimento da ciência. “A gente vai ter a garantia de que vai ter a continuidade da manutenção adequada dessas exposições e também a possibilidade de ter o desenvolvimento dos estudos que vão se seguir”, disse ele.
Vale lembrar que, antes do trabalho desenvolvido por Gilberto Albertão, a Mina Poty vinha sendo estudada sob outros vieses científicos por professores, pesquisadores e estudantes da UFPE, desde meados do século XX. No local, já foram descobertos fósseis de répteis marinhos, como mosassauros, do período Cretáceo (Era Mesozoica), e crocodilos e tartarugas, que viveram no período Paleógeno (Era Cenozoica).
O Geossítio tem como intuito ser referência em Geoconservação no Brasil e no conhecimento do período da transição Cretáceo-Paleógeno. Seu valores são a geoconservação e proteção, a gestão sustentável, a educação e o respeito e compromisso.
Mais informações: https://www.votorantimcimentos.com.br/esg/geossitio-k-pg-mina-poty/
Tese de doutorado relacionada a área de estudo: Magnetoestratigrafia do Geossítio K-Pg na Mina Poty, Pernambuco, Brasil https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44137/tde-28072022-080044/es.php